terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Lula desistiu do tríplex no Guarujá porque sempre achou o local inadequado. Você acredita nisso?

Se tudo o mais que Lula possa dizer sobre o tríplex no Guarujá, e o sítio em Atibaia, seguir a linha do que disse, ontem, Nilo Batista, um dos seus advogados, o silêncio seria o mais recomendável.À falta de melhores argumentos, Batista insistiu com a tese esdrúxula de que a construtora OAS reformou o tríplex por sua conta e risco, e não por encomenda do casal Lula da Silva.
E para rebaixar o valor do imóvel, dotado até de elevador privativo e outros confortos, referiu-se a ele como um “tríplex Minha Casa Minha Vida, modesto”.
A reforma do apartamento, cujo valor a preço de hoje é de R$ 1,8 milhão, custou à OAS quase R$ 1 milhão. Ele foi reservado para Lula desde quando a OAS assumiu a construção do prédio em 2009.
A ninguém mais o tríplex foi oferecido, ao contrário de outros imóveis do Condomínio Solaris. Corretores e empregados do condomínio sabiam que o tríplex pertencia ao casal Lula.
Uma vez pronto e vistoriado pelo casal mais de uma vez, a mulher do ex-presidente chegou a ser vista por lá carregando quadros que seriam pendurados nas paredes do tríplex.
Somente há dois meses o casal desistiu da compra. Alega que “notícias infundadas e boatos” acabaram com “a privacidade” do local que pretendiam usar durante o verão.
“Desde o primeiro momento que Lula achou o apartamento inadequado" disse Batista. “Ele achava que seria muito assediado e não teria condições, por exemplo, de fazer um passeio na praia”.
Sabe quantos anos se passaram “desde o primeiro momento”? Seis anos. Batista quer que acreditemos que Lula desistiu da compra depois de julgar durante seis anos que o local seria inadequado.
Enquanto isso, a OAS se esmerava em deixar o tríplex ao gosto do casal, atendendo a todas as suas exigências, o que implicou praticamente na reconstrução do imóvel.
Sobre o sítio em Atibaia, reformado pela Odebrecht, Batista limitou-se a dizer que é possível que "algum
amigo empresário tenha ido visitar (Lula) e achado que devia fazer obras". E emendou:
- Mas esta é uma questão entre particulares.Como “entre particulares”? O sítio está em nome de dois sócios de um filho de Lula, mas é do conhecimento da República inteira que seu verdadeiro dono sempre foi o ex-presidente.
Segundo a revista ÉPOCA, Lula frequentou o sítio mais de 100 vezes ao longo dos últimos quatro anos. Por que a Odebrecht haveria de reformar o sítio se Lula não tivesse interesse nele?
Por acaso a reforma foi feita à revelia de Lula? Contra a vontade dele? Sem que ele soubesse que a Odebrecht resolvera, talvez à falta do que fazer, simplesmente reformar o sítio?Ao deixar a presidência, Lula virou uma espécie de conferencista privado da Odebrecht e, suspeita-se, lobista. Viajou a diversos países com tudo pago por ela. Advogou a favor da construtora.
Não se culpe Batista pelo que disse. Advogado é obrigado a defender seu cliente. A causa é que é muito ruim. Culpe-se o cliente pela situação em que se meteu.Ricardo Noblat

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