Pela primeira vez, o petista disse publicamente ter recebido o sítio em Atibaia de presente de seu amigo Jacob Bittar, ex-prefeito de Campinas. "Ele inventou de comprar uma chácara para que eu pudesse descansar depois que eu deixasse a Presidência. E fizeram uma surpresa pra mim. Ficou em segredo até o dia 15 de janeiro", afirmou.
Em relação ao tríplex em Guarujá, no litoral paulista, em que há suspeitas favorecimento pela construtora OAS, ele disse não ter relação com a propriedade."Eu digo que não tenho o apartamento. A empresa diz que não é meu, e um cidadão do Ministério Público, obedecendo ipsis litteris a Globo, que costuma dizer que o tríplex é meu", apontou, depois de ironizar o imóvel como "tríplex Minha Casa Minha Vida".
Lula disse que parte do Ministério Público se subordina à imprensa e afirmou que "as pessoas que se subordinam dessa forma não merecem o cargo que estão no país, concursadas para fazer justiça, para investigar".
O ex-presidente informou ainda ter recebido uma intimação, dando conta de que terá seus sigilos bancário, telefônico e fiscal quebrados, mas não especificou o que motivou a ordem. "Se esse for o preço que a gente tem que pagar para provar a inocência, eu faço".
"Só quero que depois me deem um atestado de idoneidade."
Conclamando os militantes a não "baixar a cabeça", Lula disse que os petistas "não podem levar desaforo para casa todas vez que falarem merda da gente". E disse que acabou a fase "Lulinha paz e amor", expressão cunhada na campanha de 2002, diante da mudança de perfil em relação às eleições anteriores.
"Eu queria dizer a eles (os adversários do PT): vocês não vão me destruir, vamos sair mais fortes dessa luta."
O petista saiu em defesa da sucessora, Dilma Rousseff, que, em um dos momentos de maior tensionamento com o PT, não compareceu à festa de aniversário da sigla, mas apontou que ela tem que ter certeza de que "o lado dela é esse".
"Por mais que possamos ter divergências com qualquer pessoa do governo, esse governo é nosso e temos responsabilidade de fazer dar certo. A gente tem que ter claro e a Dilma tem que ter certeza é que o lado dela é esse e ela precisa de nós para sobreviver aos ataques que vem sofrendo no Congresso."
PAULO GAMA/NICOLA PAMPLONA- Folha de São Paulo
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