É dura a vida da presidente de um governo em queda livre, e dos que ainda se empenham em sustenta-lo. Catam votos contra o impeachment como galinhas catam no terreiro qualquer coisa para comer.
Dão como catados pelo menos nove dos 13 votos do PTN em troca da Fundação Nacional da Saúde, entregue de porteira fechada ao partido.
Porteira fechada quer dizer: todos os cargos ali serão preenchidos por indicação unicamente do PTN.
O PP, dono de pouco menos de 60 votos, foi tentado com a oferta do Ministério da Educação – recusou-a. O PP quer ministério do tipo “diretoria que fura poço”.
Foi o então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE) quem cunhou a expressão “diretoria que fura poço” para indicar a diretoria da Petrobras desejada por seu partido no primeiro governo Lula.
O governo tenta, agora, o PP com o Ministério da Saúde. O dos Transportes já é dele. O PP decidirá o que fazer na próxima semana.
Está saindo barato a compra dos votos dos deputados do Amapá. Seis já se acertaram com o governo. Dois ainda hesitam.
Dono dos Correios e do Ministério das Comunicações, o PDT prometeu entregar ao governo de 10 a 12 dos seus 20 votos.
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro do primeiro governo de Lula, será o candidato do PDT à sucessão de Dilma. Imagina que acabará sendo também o candidato do PT.
O Paraná tem 29 deputados. No momento, 21 são favoráveis ao impeachment, quatro são contra e quatro se dizem indecisos. Aceitam ofertas.
Dos 53 deputados mineiros, por ora o governo acha que conta com 9 ou 11 para derrotar o impeachment.
Dos 22 votos do PRB, o deputado Celso Russomano, candidato a prefeito de São Paulo, jura que apenas dois votarão com o governo.
A Rede, de Marina Silva, tem cinco deputados. Marina defende a realização de uma nova eleição presidencial, este ano.
Dos cinco deputados, três já anunciaram seus votos a favor do impeachment. Um está calado. O outro votará contra.Ricardo Noblat
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