Uma reportagem especial da edição de VEJA toma o estado da economia brasileira como amostra do poder de destruição do caos, do descontrole e da paralisia no Planalto Central sobre o país. É arrasador. O colapso do sistema político potencializou os efeitos de um tosco experimento estatal arrogantemente chamado por Dilma Rousseff de "nova matriz econômica". Essa estratégia nada tinha de nova. Nem de matriz. Era a mesma igrejinha da arcaica seita econômica voluntarista e intervencionista que tanto sofrimento já provocou antes nos brasileiros. Irresponsavelmente imposta ao país, essa política anulou conquistas modernizadoras e está custando aos brasileiros uma viagem forçada rumo ao passado.
A reportagem mostra como a máquina de atraso do governo nos fez retroceder no tempo. Em termos de participação no PIB, a indústria nacional voltou aos patamares de 1950 - isso mesmo, 65 anos atrás. O regime de exploração energética da região do pré-sal tem a cegueira ideológica nacionalista de 1953. Concentrou poder e riqueza nas mãos de burocratas e políticos corruptos e deu origem ao petrolão, o maior escândalo de corrupção da era moderna.
O centralismo, com protecionismo, controle de preços e gigantismo estatal, remonta a 1974, início do governo do general Ernesto Geisel, que quebrou o Brasil. Desde 1981 os brasileiros não eram submetidos aos rigores de uma depressão econômica profunda como a atual. Não sofríamos com o aumento do desemprego com essa intensidade desde 2002 e, por último, mas não menos crucial, há treze anos não sabíamos o que era viver sob uma inflação acima de 10%.
Quem teme perder o mandato por causa de "pedaladas" deveria mesmo estar preocupado com os efeitos das "atropeladas" da razão, do senso comum, da álgebra, da lógica comezinha e da língua portuguesa.
A política econômica de Dilma Rousseff não tinha a menor chance de dar certo. Por isso deu errado.
Fonte: Veja
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