domingo, 27 de dezembro de 2015

Amigo de Lula revela falcatruas do PT

O pecuarista José Carlos Bumlai, preso desde novembro pela Lava Jato, operação que investiga corrupção na Petrobras, fez delação premiada e comprometeu até o talo o amigo e ex-presidente Lula e o PT.
O depoimento aconteceu segunda-feira, 14, na sede da Polícia Federal de Curitiba, e durou seis horas.
Bumlai confessou ter contraído em 2004 um empréstimo irregular de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin, o qual repassou ao PT, por meio de laranjas. O dinheiro, disse ele, era para abastecer as campanhas petistas. Em especial, a do ex-presidente Lula, candidato a reeleição em 2006.
Como contrapartida, o banco foi contemplado com um contrato de R$ 1,6 bilhão para fornecimento de navios-sonda para a Petrobras, revelou o amigo de Lula, que confessou superfaturamento na negociação para que o desvio de dinheiro pudesse ser viabilizado. Bumlai também afirmou que esse “modus operandi” teria se repetido em outras transações, envolvendo laranjas e tendo sempre como beneficiário final o PT.
“A estrutura da Petrobras era do PT”, apontou o pecuarista aos agentes federais.
Por que Bumlai se envolveu na maracutaia?
Para ajudar a quem estava no poder e, na época, era o seu amigo Lula quem presidia a República do Brasil. “Não iria custar nada a mim. Quis fazer um favor. Uma gentileza a quem estava no poder”, disse o empresário.
A delação de José Carlos Bumlai trouxe uma questão do passado petista à vista das investigações: o caso Celso Daniel.
Bumlai contou que soube, em 2012, que parte do empréstimo contraído por ele junto ao Banco Schahin – cerca de R$ 6 milhões – teria sido para comprar o silêncio do empresário Ronan Maria Pinto, conhecido como Sombra. Pinto teria ameaçado comprometer a cúpula petista no assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, entre eles o ex-presidente Lula e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho. Agora, a Polícia Federal cogita convocar Sombra para depor.
Segundo a IstoÉ,  a  Receita Federal colheu indícios de que parte dos valores do empréstimo do Schahin a Bumlai pode mesmo ter sido direcionada a Ronan, o Sombra. Ele teria adquirido, em 2004, 60% das ações do Diário do Grande ABC S/A no valor de R$ 6,9 milhões. Para isso, recorreu a empréstimos e assumiu dívidas de terceiros junto às empresas das quais era sócio, a Rotedali Serviços e Limpeza Urbana Ltda. e a Expresso Nova Santo André. Tais dívidas ficaram sem quitação durante nove anos, conforme revelaram suas declarações de renda. A suspeita levantada pela Receita é a de que esses empréstimos não teriam sido reais, mas destinados a dissimular a real origem de recursos utilizados na aquisição das ações.
Se Bumlai não mentiu, o que parece improvável a essa altura dos acontecimentos, Lula não escapará do rigor da lei.
Ou escapará?
A propósito, Lula foi ouvido pela Polícia Federal no caso da Lava Jato, na condição de informante. Confirmou amizade com Bumlai e atacou as investigações da operação. Segundo o ex-presidente, a Lava Jato faz parte de um “processo de criminalização do PT”.
Então, tá.
Postado em 19/12/2015 às 09:30 por Eliane Aquino em Eliane Aquino
(Com informações da IstoÉ e Folha de São Paulo)

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