quinta-feira, 16 de março de 2017

BEBER POUCA ÁGUA ESTÁ RELACIONADO À OBESIDADE

A água é a melhor fonte para manter o corpo hidratado – e magro! Um estudo extremamente interessante publicado em julho na revista médica The Annals of Family Medicine mostrou uma a associação entre obesidade e hidratação.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a ingestão inadequada de água está relacionada ao aumento de gordura corporal. Segundo a autora, Tammy Chang, pessoas com excesso de peso que não se hidratam adequadamente têm dificuldade em distinguir entre sede e fome e, consequentemente, aumentam a ingestão de calorias.
Foram analisadas 9 528 pessoas com idade entre 18 e 64 anos. Os resultados são intrigantes: aqueles indivíduos com um mínimo grau de desidratação tinham índice de massa corporal (IMC) maior quando comparados àqueles com grau adequado de hidratação.
Os pesquisadores também notaram que a desidratação está relacionada à piora da saúde mental, física e emocional, e pode afetar a performance em tarefas que requerem atenção e memória. Outras consequências são dores de cabeça, piora da função renal e do humor.
http://www.suacorrida.com.br/blog/beber-pouca-agua-esta-relacionado-a-obesidade/?adriana-pessoa

CORRIDA PARA EVITAR O ALZHEIMER

Que a atividade física é boa para a saúde, você já sabe. Porém, os benefícios da prática vão além das expectativas. Um estudo publicado em 2014 na revista médica Frontiers in Aging Neuroscience associou a prevenção de Alzheimer ao exercício.
Os cientistas avaliaram 100 pessoas na faixa etária entre 65 e 89 anos com a variante genética que predispõe à doença (APOE epsilon4). Os voluntários foram divididos entre sedentários e praticantes de atividade física moderada.
Os resultados são surpreendentes. Após 18 meses, aqueles que não se exercitavam tiveram atrofia significante (aproximadamente 3%) da parte do cérebro responsável pela memória. Os indivíduos que praticaram atividade física, no entanto, não apresentaram tal alteração.
Mais um excelente motivo para sair do sofá, colocar um tênis adequado e subir na esteira – ou ganhar as pistas. O seu cérebro, com certeza, vai agradecer!
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JÁ OUVIU FALAR EM EPIGENÉTICA?

O nome pode até ser desconhecido para muitas pessoas, mas a epigenética é a chave para compreendermos o motivo de buscar uma vida saudável – e desfrutar do equilíbrio entre ambiente e genes.
Epigenética é o estudo da interação do meio ambiente com a nossa genética. Essa ciência estuda as mudanças da expressão dos genes causadas por mecanismos que não estão relacionadas à sequência do DNA.
Os estudos mostram que os nutrientes naturalmente encontrados na alimentação saudável desempenham um importante papel na expressão dos nossos genes, bem como a prática regular de exercícios.
Esse elo entre a alimentação/exercício e a consequência da expressão de genes protetores e que perpetuam a saúde é a razão para seguir um estilo de vida saudável – por você e pelas próximas gerações!
Quando os nutrientes naturais e a prática de atividade física afetam positivamente a expressão gênica, os benefícios incluem a manutenção do peso saudável e da massa muscular, prevenção de perda cognitiva (demência precoce), do diabetes e de osteoporose e fraturas de ossos, diminuição da incidência de câncer, bom funcionamento dos órgãos vitais e do sistema endócrino, além da prevenção e redução do envelhecimento da pele.
Fato interessante: as alterações genéticas causadas pelo meio ambiente (ou seja, seu estilo de vida) são passadas para a próxima geração. Isso significa que adotar um estilo de vida saudável não traz apenas benefícios incríveis para sua saúde como também para a de seus filhos e, possivelmente, a de seus netos.
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4975383049528721086#editor/src=sidebar

PESO EXTRA CAUSA DEMÊNCIA

Se você precisava de mais um motivo para chegar ao peso ideal, aqui segue um incentivo poderoso: obesidade aumenta (muito!) as chances de desenvolver demência.
Não é novidade que o excesso na balança desencadeia doenças cardíacas, diabetes, hipertensão, doenças metabólicas, porém, recentemente as pesquisas científicas evidenciaram um componente perigoso para os nossos neurônios (células responsáveis pelo pensamento).
Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Kaiser Permanente, em Oakland, na Califórnia, EUA, publicado na British Medical Journal, acompanhou mais de 10 mil pessoas durante 27 anos. Os resultados foram assustadores.
Os autores encontraram 74% de aumento de risco de demência nos indivíduos com índice de massa corpórea (IMC = peso/altura2) maior que 30, ou seja obesos, quando comparado àqueles de peso normal. Participantes com sobrepeso (IMC entre 25 e 30) também apresentavam 35% de aumento de risco para desenvolver demência.
Outra conclusão alarmante dos pesquisadores é que, com o envelhecimento da população mundial, espera-se um aumento da incidência de demência de 400% nos próximos 20 anos.
A melhor solução é prevenir – e praticar atividade física é a uma excelente forma!
http://www.suacorrida.com.br/blog/peso-extra-causa-demencia/?adriana-pessoa

EXERCÍCIO BLOQUEIA A AÇÃO DO ÁLCOOL

Alguma vez você exagerou na dose de bebida alcoólica? Aparentemente existe um remédio barato que pode reverter os efeitos deletérios do álcool: a atividade física.
Pesquisadores australianos da Universidade de Sydney analisaram especificamente a interação entre álcool e exercício – durante mais de 10 anos, 36 mil pessoas de meia idade foram analisadas no estudo.
Quando considerado isoladamente, o consumo excessivo do álcool estava relacionado à maior mortalidade precoce por todas causas, bem como ao aumento da incidência de câncer. No entanto, correlacionando-o ao exercício, verificou-se que esses indivíduos não eram fisicamente ativos e nem preenchiam o critério mínimo de 150 minutos de prática de atividade intensa/moderada por semana.
Já entre aqueles voluntários fisicamente ativos, não houve aumento da incidência de câncer nem de todas as causas de mortalidade desde que o consumo de álcool não ultrapassasse o recomendado (um ou dois drinques por dia).
Quando o assunto é a bebida, a palavra chave continua sendo moderação, mas sem dúvida o exercício age mais uma vez a favor da saúde!
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FORTALEÇA AS PANTURRILHAS E CORRA MAIS RÁPIDO!

A Universidade de Helsinque (Finlândia) publicou um estudo recentemente com descobertas muito interessantes para quem corre. O trabalho científico comparou a ação dos músculos do quadríceps (parte da frente da coxa) com os da panturrilha durante a corrida e a caminhada. A ideia era descobrir alguns fatores, como o limite funcional desses grupos musculares e sua contribuição para a passada. Podendo, assim, trabalhar para melhorar a perfomance no esporte e prevenir lesões.
Ao concluir a pesquisa, os especialistas perceberam que as panturrilhas trabalham muito mais perto do seu limite funcional do que o quadríceps. Ou seja, é mais fácil os músculos da batata das pernas fraquejarem e impedirem você de acelerar em um treino ou prova do que os das coxas. O engraçado é que na academia eu que a maioria dos corredores se preocupa muito mais em fortalecer o quadríceps do que as panturrilhas.
Para você dar uma atenção maior a esses músculos tão importantes e melhorar seu rendimento na corrida, preparei um vídeo com três movimentos com elástico que, além de fortalecer as panturrilhas, vão trabalhar a articulação do tornozelo, prevenindo lesões. Realize de 10 a 15 repetições de cada movimento. Depois, repita com o outro pé.
16/03/2017 | 3:04 PM

FORTALEÇA AS PANTURRILHAS E CORRA MAIS RÁPIDO!

Exercícios para ter panturrilhas fortesA Universidade de Helsinque (Finlândia) publicou um estudo recentemente com descobertas muito interessantes para quem corre. O trabalho científico comparou a ação dos músculos do quadríceps (parte da frente da coxa) com os da panturrilha durante a corrida e a caminhada. A ideia era descobrir alguns fatores, como o limite funcional desses grupos musculares e sua contribuição para a passada. Podendo, assim, trabalhar para melhorar a perfomance no esporte e prevenir lesões.
Ao concluir a pesquisa, os especialistas perceberam que as panturrilhas trabalham muito mais perto do seu limite funcional do que o quadríceps. Ou seja, é mais fácil os músculos da batata das pernas fraquejarem e impedirem você de acelerar em um treino ou prova do que os das coxas. O engraçado é que na academia eu que a maioria dos corredores se preocupa muito mais em fortalecer o quadríceps do que as panturrilhas.
Para você dar uma atenção maior a esses músculos tão importantes e melhorar seu rendimento na corrida, preparei um vídeo com três movimentos com elástico que, além de fortalecer as panturrilhas, vão trabalhar a articulação do tornozelo, prevenindo lesões. Realize de 10 a 15 repetições de cada movimento. Depois, repita com o outro pé.
Simples e eficazSabe aquele exercício mais básico de panturrilha (subindo e descendo o calcanhar, com o pé apoiado na beirada de um degrau)? Embora simples, ele também é muito eficiente. O ideal é que corredores façam esse movimento pelo menos 2 vezes por semana. Caso não saiba de qual exercício estou falando, você pode conferi-lo aqui neste vídeo: elevação de calcanhar no step (ou no degrau). Uma dica importante: o movimento tem uma eficiência maior quando você sobe o calcanhar o máximo que pode e depois baixa bastante o pé, controladamente. Evite balançar as pernas quando estiver embaixo. Faça apenas um movimento fluido e com grande amplitude.
A elevação de calcanhar pode ser feita com os dois pés ao mesmo tempo, para ganhar tempo e facilitar o exercício, ou com um pé de cada vez. Ao trabalhar as pernas isoladamente, você vai garantir que o lado mais forte não compense o mais fraco.
Espero que tenha gostado do vídeo e das dicas e elas o ajudem no treino. Lembre-se, panturrilhas fortes podem reduzir lesões, aumentar a resistência muscular (e na corrida isso significa melhorar seu tempo nas provas) e, principalmente, manter a sua total funcionalidade e amplitude. Caso queira saber sobre mais exercícios (para panturrilhas, coxas, abdome etc.) que podem ajudá-lo a correr melhor, confira este post.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Suplementos para ganhar massa muscular: quem precisa deles?

Produtos podem aumentar os resultados dos exercícios físicos, mas colocam a saúde em risco se usados sem necessidade ou orientação de um profissional — o que está se tornando cada vez mais comum

É tentadora a ideia de ingerir cápsulas, barrinhas e shakes como forma de potencializar os efeitos do exercício físico sobre o ganho de massa muscular. Tanto é que os suplementos nutricionais são febre nas academias e cada vez mais usados até pelos praticantes menos assíduos de atividade física.
O mercado dos suplementos está aquecido no Brasil. Ele começou a crescer em meados de 2008 e explodiu em 2012, catapultado, segundo especialistas, pelo crescimento das redes sociais. “Nos últimos anos, a venda de suplementos para atletas tem registrado um crescimento anual de cerca de 30%”, afirma Gustavo Hohendorff, gerente de vendas da importadora de suplementos Carduz.
O número de marombeiros não se elevou nessa proporção – quem engordou a cifra foram pessoas que malham duas ou três horas semanais e são seduzidas pela possibilidade de ingerir um alimento que potencialize a musculação. “Nosso consumidores já não são mais apenas fisiculturistas. Hoje, adolescentes e idosos tomam suplementos”, diz Paulo Araújo, diretor geral da Probiótica, empresa líder do setor.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), há cerca de 10 000 pontos de venda de suplementos esportivos no país – em 2012, havia 6 000. Isso quer dizer que, para comprar um pote de whey protein – o suplemento mais popular, à base de proteína, responsável por 60% das vendas – não é mais preciso entrar numa loja especializada, ponto de encontro de fortões. O produto chegou à gôndola da farmácia da esquina.
Veto ao whey protein – A disseminação dos suplementos atraiu a atenção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que, nos últimos dois meses, proibiu a comercialização de mais de vinte marcas de whey protein. A punição foi aplicada depois de testes revelarem incompatibilidade entre as informações nutricionais do rótulo e a real composição dos produtos. De acordo com a agência, a legislação tolera uma diferença de 20% entre o que é declarado na embalagem e o que há dentro do pote. Dos 26 lotes analisados, 19 extrapolaram esse limite, a maioria por apresentar uma quantidade de carboidrato muito maior do que a declarada – houve diferença de até 1104%.
Suplementos importados tampouco estão isentos de apresentar alteração em sua composição, segundo Stuart Phillips, especialista em nutrição esportiva do Grupo de Pesquisa em Metabolismo do Exercício da Universidade McMaster, no Canadá, e autor de uma série de estudos sobre o tema. “Existem produtos que claramente não fornecem os ingredientes informados no rótulo e alguns fabricantes deliberadamente alteram os ingredientes”, diz, sobre os produtos fabricados no Canadá, Estados Unidos e Europa.
Médicos divididos – A controvérsia sobre a ingestão de suplementos não para por aí. Médicos e profissionais da área de nutrição ainda não chegaram a um consenso sobre os efeitos dos suplementos e se, de fato, todas as pessoas que usam esses produtos precisam deles. Para alguns, as substâncias podem promover benefícios como o ganho de massa muscular sem grandes prejuízos à saúde. Outra corrente defende que, quase sempre, os nutrientes necessários ao organismo sejam obtidos pela alimentação. Na opinião desses especialistas, os suplementos são um gasto desnecessário de dinheiro e, se usados em excesso, um potencial risco à saúde – distúrbios renais, ganho de gordura, aumento dos níveis de glicose no sangue e arritmia cardíaca estão entre os efeitos adversos do consumo não supervisionado.
Os produtos usados para auxiliar no ganho de massa muscular têm ações variadas. Aqueles à base de proteína, como o whey protein e a albumina, atuam diretamente na síntese proteica do tecido muscular, essencial para que um exercício de força resulte em músculos. Aminoácidos como o BCAA ajudam na recuperação do músculo após uma atividade física, o que pode melhorar o desempenho do atleta no treino seguinte. Já substâncias como a maltodextrina fornecem grandes quantidades de carboidrato e dão energia para exercícios extremamente intensos.
“Os suplementos regulamentados e registrados nada mais são do que nutrientes isolados de um alimento. O de creatina, por exemplo, oferece um nutriente que já tem na carne, mas de uma forma isolada”, diz Turíbio Leite de Barros, fisiologista do exercício do Instituto Vita e ex-coordenador do curso de Medicina Esportiva da Unifesp. “Todos funcionam – desde que usados adequadamente. Muitos, porém, são administrados de forma errada e, além de não oferecem benefícios, podem prejudicar a saúde se houver exagero.”
Na teoria, suplementos nutricionais são indicados quando a alimentação não é suficiente para oferecer todos os nutrientes que uma pessoa precisa para se manter saudável. No caso de quem utiliza os produtos para ajudar no ganho de massa muscular, essa lógica é um pouco diferente. Mesmo a comida tendo os nutrientes necessários para promover o ganho da massa muscular, alguns especialistas defendem que os suplementos são uma forma mais prática de obtê-los de uma só vez. Além disso, certos produtos oferecem proteínas e carboidratos que são absorvidos rapidamente pelo corpo, o que, segundo eles, pode acelerar os efeitos positivos da nutrição.
Matemática da nutrição – Um erro comum cometido por pessoas que tomam esses suplementos é acreditar que, quanto maior a quantidade de nutrientes consumidos, melhor para a musculatura. O corpo utiliza uma quantidade limitada de nutrientes para cada função – o excedente é jogado fora. “A necessidade de proteína que uma pessoa precisa ao dia nunca ultrapassará 2 gramas para cada quilo de seu peso total. Quem ingere 8 gramas de proteína por quilo de seu peso, por mais que pratique muito exercício, não terá um benefício maior”, diz Antonio Lancha Junior, professor de nutrição da Escola de Educação Física e Esporte da USP. “Existe um ponto em que o suplemento alcança a sua eficiência máxima e a partir do qual não existe mais nenhum ganho.”
Para saber se realmente precisa usar suplementos – e em que quantidade -, é necessário procurar orientação de um médico ou nutricionista especializado em exercícios físicos para garantir que, somadas, alimentação e suplementos não excederão a cota diária de nutrientes como proteína e carboidrato. O problema é que muitos frequentadores de academia consomem suplementos por indicação do colega ou do personal trainer e assim se expõem a ingerir produtos desnecessários e em quantidades exageradas.
“A proteína em excesso precisa ser eliminada pelo corpo por meio da urina, e esse trabalho é realizado pelos rins. O excesso de ingestão sobrecarrega o órgão e compromete a função renal, podendo levar a problemas sérios”, diz o fisiologista Paulo Correia. Já uma pessoa que usa suplementos de carboidrato sem necessidade não só corre o risco de engordar, mas também aumenta sua taxa de glicose no sangue, um fator de risco de problemas graves como o diabetes.
Alimentação regrada – Para Paulo Correia, a alimentação correta pode surtir os mesmos efeitos da suplementação. “Muitas vezes o que o indivíduo precisa não são de suplementos, mas de determinados alimentos em certas horas do dia, como uma barrinha de cereal ou uma fruta logo após o exercício.”
Já na opinião do professor da USP Lancha Junior, o ideal é que as pessoas comecem a praticar exercícios de força sem o uso de suplementos – assim, elas saberão que os resultados se devem à atividade física, e não aos produtos. “Recomendo que elas explorem ao máximo a evolução apenas com alimentação e exercícios. Se atingirem um nível em que a atividade não oferece mais resultados, ela pode procurar orientação para saber se precisa de suplementos.”
Ciência – Diversas pesquisas científicas já demonstraram que os suplementos, de fato, ajudam no ganho de massa muscular. Ainda não há, no entanto, estudos feitos a longo prazo que revelem os efeitos do consumo desses produtos durante muito tempo. “A literatura científica sobre os suplementos é consistente, mas muito dinâmica. Frequentemente surgem novos artigos revelando dados novos. Sempre há o que descobrir”, diz Lancha Junior.
Não é anabolizante
É comum que pessoas confundam suplementos nutricionais usados para conquistar músculos com anabolizantes. Segundo o fisiologista Turíbio Leite de Barros, parte disso se deve ao fato de as empresas, para atrair mais consumidores, estamparem frases agressivas e imagens de pessoas extremamente musculosas nas embalagens dos produtos. Também contribui com esse estigma o histórico de suplementos nutricionais banidos por apresentar substâncias proibidas em sua composição. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Jack 3D, o Oxy Elite Pro e o Lipo-6 Black, proibidos em 2012 por conter dimetilamilamina (DMAA), um estimulante vetado em diversos países que pode causar ataque cardíaco, insônia e arritima.
Enquanto os suplementos contêm nutrientes presentes em alimentos, como proteínas e carboidratos, os anabolizantes levam hormônios sintéticos (cuja estrutura química é diferente dos naturais), normalmente a testosterona, que aumenta a capacidade de hipertrofia do músculo.
Todos os anabolizantes usados para fins estéticos são prejudiciais à saúde. O uso dessas substâncias pode desencadear doenças cardiovasculares, lesões e até câncer no fígado, aumento dos níveis de colesterol, hipertensão e comportamento agressivo. Entre os homens, os efeitos adversos ainda incluem atrofia dos testículos, diminuição na produção de espermatozoides e aumento da próstata. Já as mulheres podem sofrer diminuição das mamas, infertilidade e aumento da laringe, resultando em uma voz mais grossa.
Os anabolizantes mais conhecidos são os à base de testosterona e decanoato de nandrolona, que são injetáveis, e os à base de testosterona e metandrostenolona em forma de comprimidos.
Fontes: Flavia Meyer, médica do esporte e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Ruth Clapauch, vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Whey protein: saiba quando o suplemento faz mal à saúde

O suplemento alimentar whey protein é febre entre os frequentadores de academia que querem ganhar massa muscular. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), existem cerca de 10 000 postos de comércio de suplementos – e o whey protein é responsável por 60% das vendas.
Durante o exercício físico, os músculos sofrem pequenas lesões, que são “curadas” pelas proteínas sintetizadas por células do tecido muscular durante a atividade física. Acredita-se que o consumo de whey protein – elaborado a partir da proteína extraída do soro do leite – acelere esse processo e potencialize o aumento da massa magra.
Quando a proteína entra no corpo, ela é quebrada por enzimas e transformada em partículas menores, os chamados aminoácidos. O organismo necessita de 1 a 1,4 grama de proteína por quilo de peso por dia para desempenhar todas as suas funções e promover o crescimento muscular. Uma quantidade superior a essa, adquirida pela alimentação ou pelo whey protein, não oferece nenhum benefício ao corpo. “O consumo superior de proteína só é necessário para atletas de alta performance, que praticam atividade física muito intensa”, diz Bruno Halpern, endocrinologista e coordenador do Centro de Controle do Peso do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
Músculo – O whey oferece apenas um tipo de aminoácido, o que não é o ideal para o crescimento muscular. “Num prato de comida, por exemplo, você pode encontrar até onze tipos de aminoácidos. Por isso, a proteína obtida pela alimentação é mais saudável e até melhor para a regeneração muscular do que a do whey”, afirma Claudia Cozer, endocrinologista e coordenadora do Núcleo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
De acordo com os especialistas ouvidos pelo site de VEJA, o suplemento não deve ser consumido por conta própria, mas prescrito por médicos ou nutricionistas. Em excesso, ele pode causar malefícios ao organismo.

Whey protein: estudos revelam novos benefícios

O whey protein, queridinho dos adeptos à musculação, também pode trazer benefícios à saúde que vão muito além da construção de músculos. De acordo com dois estudos realizados por pesquisadores da Universidade Newcastle, no Reino Unido, tomar o suplemento antes do café da manhã ajuda a prevenir o diabetes tipo 2.
A substância, vendida em pó, é derivada do soro do leite e também pode ser encontrada em alimentos como leite e queijo. Em um estudo com homens obesos, ela também se mostrou eficiente em melhorar os níveis de açúcar no sangue.

Prevenção do diabetes

No primeiro estudo, 12 homens obesos foram divididos em 2 grupos. O primeiro deveria descansar por 30 minutos e o segundo, andar na esteira pelo mesmo período, segundo informações da revista especializada Diabetes Times. Em seguida, os participantes receberam 20 gramas do suplemento ou um placebo antes de consumirem um café da manhã repleto de carboidratos.
Os resultados mostraram que, aqueles que tomaram whey protein antes da refeição não apresentaram pico de açúcar no sangue logo após se alimentarem.

Controle do nível de açúcar

No segundo estudo, 11 homens com diabetes tipo 2 receberam 15 gramas do suplemento. Os resultados, apresentados durante a Conferência de Profissionais de Diabetes do Reino Unido, mostraram que o nível de açúcar dos participantes se manteve estável. Os voluntários também se sentiram mais saciados, o que ajudou a controlar o desejo de petiscar antes to almoço.
“Nós sabemos que um alto nível de glicose após comer pode contribuir para um controle deficiente de glicemia e também pode ser prejudiciais à saúde cardiovascular. Nós mostramos que consumir uma pequena quantidade de proteína do soro de leite antes de uma refeição pode ajudar as pessoas a evitar os altos níveis de glicose no sangue e ajudá-las se sentirem mais satisfeitas após as refeições.”, disse Daniel West, autor do estudo, ao Diabetes Times.

Benefícios cardiovasculares

Uma pesquisa publicada em outubro do ano passado já havia mostrado efeitos benéficos do suplemento para a saúde cardiovascular. Cientistas da Universidade de Reading, no Reino Unido, concluíram que o suplemento pode ajudar a reduzir o risco de doença cardíaca ao baixar a pressão arterial, o colesterol e tornar os vasos sanguíneos mais saudáveis. Aqueles que tomaram o suplemento apresentaram um risco 8% menor de desenvolver uma condição cardíaca mortal.