terça-feira, 30 de agosto de 2016

Por que eu corro de sunga e não de cueca

Não sei vocês, mas eu nunca usei cueca para correr. Calma lá! Não vão pensando que só uso o shorts de corrida e nada mais. Na verdade, por baixo do calção sempre uso uma sunga de natação.
A razão é simples: a sunga é produzida em um material muito mais adequado para a prática esportiva.
De fácil secagem, a sunga absorve melhor o suor, diferentemente da cueca tradicional feita em algodão, que fica molhada, sem secagem rápida e suas costuras podem causar as temíveis assaduras.
Em 2013, a Asics lançou uma linha underwear cujas peças, segundo a empresa, “são confeccionadas em malha circular com desenhos em jacquard diferenciado para melhorar a respirabilidade, sem costura e possuem um toque macio graças ao uso da poliamida e do elastano. Quando aliadas a outras peças, permitem o aquecimento do corpo”.
Nunca usei a linha underwear específica para corridas, por isso continuo com minha sunga e afirmo: minha corrida é leve e solta (mas não muito, se é que me entendem!).

Harry Thomas Jr


segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Não use BCAA antes de correr

BCAA é a abreviação em inglês para Aminoácidos de Cadeia Ramificada (Branched Chain Amino Acids), sendo eles leucina, valina e isoleucina. Esses aminoácidos fundamentais formam grande parte das proteínas musculares e são essenciais para a manutenção e o desenvolvimento muscular. Além disso, também são capazes de fornecer energia, principalmente quando há escassez de carboidrato, mantendo assim o funcionamento metabólico.
Nessa situação de geração de energia, porém, há uma liberação de amônia, componente tóxico para o metabolismo cerebral e muscular e que pode induzir a um enorme estado de fadiga. Essa situação não apenas atrapalha a corrida de forma aguda, mas também o processo de recuperação, deixando-o mais lento e dolorido.
Embasada em estudos científicos e na prática diária, entendo que a melhor hora para utilizar a suplementação de BCAA é após o término da corrida e SEMPRE associado a um alimento fonte de carboidrato de rápida digestão e absorção (mel, caldo de cana, dextrose, doce de fruta etc). Essa medida estimula um processo de recuperação rápido e eficiente, diminuindo, assim, os danos musculares resultantes do treino. Permite, também, ao corpo aproveitar de forma eficiente o estímulo metabólico de síntese de proteínas, reduzindo possíveis processos de fadiga muscular.
Estando disponível no meio celular no momento do treino, o BCAA, por instinto de sobrevivência, é priorizado como fonte de energia, poupando, assim, os estoques de glicogênio. Isso porque o nosso corpo irá sempre trabalhar na preservação dos estoques de glicogênio, pois sem ele fatalmente não conseguiríamos correr nem 1 km.
 Mesmo que seu treino de corrida seja curto e de baixa intensidade, seu corpo vai optar pela preservação dos estoques de glicogênio. Portanto, a melhor estratégia é fornecer carboidrato como suplementos para melhor desempenho ao longo da corrida e usar, apenas após o término, o BCAA (e com o cuidado de associá-lo a carboidratos para potencializar a recuperação).
Caso o carboidrato não seja ingerido com o BCAA no pós-treino, teremos novamente o problema detalhado acima. Como a prioridade do nosso corpo é repor glicose sanguínea e estoques de glicogênio muscular e hepático, o BCAA será originado para isso — e não para renovação do tecido muscular.
Por Mariana Klopfer
(Matéria publicada na Revista O2 – edição 157, julho de 2016).

Além das condições sociais e psicológicas, o meio ambiente influencia decisivamente a realização de exercícios

Jogos Olímpicos inspiram, mas não impactaram a prática de atividades físicas cotidianas. Duas semanas de imagens e histórias de atletas que levam seus corpos aos limites da força, velocidade, altura e precisão estimulam os espectadores a concluir que possuem habilidades e competências para realizar atividades esportivas regulares, prazerosas, ainda que distintas daquelas caracterizadas pela excelência competitiva. Contudo, mesmo países que sediaram as Olimpíadas e se comprometeram a tornar-se nações afeitas aos esportes e saudáveis não reduziram significativamente o sedentarismo. A inatividade física no lazer, considerada pandemia global, não é o resultado de escolhas pessoais. Além das condições sociais e psicológicas, o meio ambiente influencia decisivamente a realização de exercícios. A urbanização, blocos de apartamentos destituídos de áreas de convívio, as longas e curtas distâncias percorridas em transportes motorizados e a violência restringem as possibilidades de praticar esportes. Enquanto que, praças e quadras limpas, iluminadas, dotadas de recursos para reunir atletas, amadores e iniciantes de variados estilos de jogos, passeios largos e arborizados estimulam a atividade física.
Apesar do conhecimento generalizado sobre os benefícios dos esportes para a saúde, apenas 33,8% dos brasileiros adultos, em 2014, atingiram os níveis recomendados de exercícios, e o sobrepeso e a obesidade continuam a aumentar em crianças. Os riscos do sedentarismo vêm sendo monitorados e estão correlacionados com doenças coronarianas, diabetes e cânceres de mama e intestino. Estudos recentes evidenciaram a importância das atividades físicas para o desenvolvimento e a preservação da capacidade cognitiva ao longo da vida. Esportes contribuem para aprimorar o desempenho escolar e previnem demência. Em 2013 e 2015, a maioria das escolas de ensino básico do país não tinha quadras esportivas (69% e 64%, respectivamente). Ano passado, na cidade do Rio de Janeiro, apenas 46% das públicas possuíam locais específicos para jogos recreativos. Em bairros como a Cidade de Deus, com cerca de 38 mil habitantes, indicadores sociais críticos, vizinho de zonas nobres e próximo do Parque Olímpico, os locais de lazer e recreação são insuficientes e degradados.
O modelo herói/heroína de alto desempenho atlético baseia-se na busca de talentos e treinamentos técnicos especializados. Para a maioria da população, bastam instalações adequadas em escolas, praças, ruas, incluindo ciclovias e condições seguras para a realização de esportes. Para a proteção dos riscos à saúde, a atividade física deve ser adotada por crianças e adultos de todas as idades e pode ser de moderada ou alta intensidade. Esportes como skate, cujos praticantes nem sempre adotam estilos de vida compatíveis com a disciplina e hierarquia dos regimes olímpicos, valem tanto quanto outros. A continuidade dos esforços para a formação de jovens atletas e uso adequado e ampliação da infraestrutura para a prática esportiva de diversas modalidades e estilos para o uso em larga escala são prioritários, seja por meio da promoção de eventos tradicionais ou nos que incluem a realização de grafites, apresentação de DJs, dança e bandas de músicas.
Nas últimas pesquisas de opinião, a saúde aparece de novo como o principal problema. Preocupações e experiências individuais e familiares com obesidade, cânceres, problemas de saúde mental, genocídio e sequelas de jovens por armas de fogo, a tríplice epidemia (dengue, chicungunha e zika), a má qualidade de hospitais e unidades de saúde públicas e privadas e dificuldades para obter medicamentos angustiam quem vivencia as dificuldades de atendimento e assustam quem ouve. A priorização de intervenções ambientais, na cidade, no saneamento e no desenho urbano é a abordagem adequada para encarar o aumento dramático de vários agravos e doenças. Tornaram-se discursos e práticas oficiais fugir da raia, sair de fininho, o desempenho baseado no menor esforço e muitos bons negócios, atribuindo ao público a resolução do que compete ao privado, substrato da ideia de planos baratos, ou, ao contrário, pretendendo retirar pacientes das emergências estatais empurrando-os para hospitais particulares. Embora a saúde ocupe o último lugar na lista de interesses de empresários setoriais e políticos e fóruns governamentais privatizantes.
Um país ensolarado e com espaços abertos e seguros tem muito do que se precisa para incentivar a atividade física. Em lugares frios e escuros, as dificuldades são imensas e vêm sendo superadas com o uso de recintos fechados, desde centros esportivos até marcação de distâncias para caminhadas em shoppings. Nosso clima, especialmente no litoral, é naturalmente favorável e o contexto sombrio pode ser socialmente transformado. As outras condições que contribuem para diminuir a inatividade, assim como profissionais de saúde que se interessem pelas condições de vida dos pacientes e sejam capacitados para orientar exercícios e a participação nas decisões sobre as políticas esportivas, também são alcançáveis. Temos o céu, ninguém precisa prometê-lo nas eleições. E troca-se, aqui na Terra, “o tudo isso também” pela enunciação de propostas claras e ações permanentes para saúde, conduzidas por autoridades públicas com consciência sanitária.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Por que correr na terceira idade?

A corrida de rua traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental da pessoa em todas as fases de sua vida, inclusive na terceira idade, quando ocorrem uma série de mudanças no organismo do idoso, como alterações cardiovasculares e redução da massa magra. Contudo, após os 60 anos, justamente por causa dessas transformações fisiológicas, o cuidado na hora de treinar deve ser redobrado.
De acordo com o cardiologista Marcelo Sobral, a corrida, assim como outros exercícios físicos, ajudam a melhorar o condicionamento aeróbio, ganho de massa muscular, controle da glicemia, redução do peso corporal e controle da pressão arterial em repouso, sem falar na melhora da autoestima. “Porém, para que isso ocorra, é preciso que o treinamento leve em consideração os resultados da avaliação médica e que seja planejado e individualizado”, explica o médico.
Foi seguindo esses conselhos que Manoel Minoru Suenaga, 69 anos, começou a correr há onze anos com o objetivo de combater os efeitos do sedentarismo. “Estava com hipertensão arterial, colesterol alto e triglicérides totalmente fora do controle. Passei, então, a me aventurar em corridas e um ano depois estava fazendo minha primeira maratona”. Hoje o corredor está com a saúde em dia e cheio de planos para sua nova vida de atleta: “Como já não tenho mais ambições profissionais, meu sonho agora é completar as seis Majors”.
Além desses benefícios, o cardiologista explica que a atividade física exerce, também, uma importante ação sobre a função pulmonar. Prova disso é a transformação que a corrida de rua fez na vida de Jair Alves de Oliveira, 66 anos. Por conta do cigarro, ele já havia perdido 30% do pulmão e estava com uma expectativa de vida muito reduzida. “Larguei o vício do fumo e o substituí pelo da corrida. Sabe aquelas pessoas que acordam tremendo de abstinência? Sou eu! Não consigo ficar um dia sequer sem correr. Resultado foi que recuperei todo meu pulmão e com a saúde que estou hoje posso afirmar que vou continuar assim, correndo, até os 90 anos”.
Apesar da melhoria na qualidade de vida, na hora de treinar, o idoso precisa levar em conta que seu organismo já não é mais o mesmo. “As principais mudanças que ocorrem nessa faixa etária são as alterações cardiovasculares e musculoesqueléticas. Sobre esta última, estudos apontam que, entre os 55 e 70 anos, há um decréscimo de 30-40% da força muscular, o que explica a redução da massa magra e da estatura, e a diminuição da potência e da força”, diz o especialista.
Além disso, o profissional destaca a importância do idoso tomar cuidado com a amplitude dos movimentos durante a corrida, uma vez que nessa fase as pessoas apresentam articulações limitadas que as impedem de realizar movimentos de grandes amplitudes.
(Fonte: Marcelo Sobral, cardiologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo)

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Correr a esmo no dia do longão pode ser boa ideia?

Cansado de correr sempre no mesmo parque ou no mesmo itinerário? Bolar propostas diferentes de caminho ou mesmo sair correndo a esmo pode ser uma opção interessante para o longão programado para o sábado ou o domingo. A dica é de Leonardo Marmitt, diretor técnico da Just Run Assessoria Esportiva e vice-presidente da Associação de Corredores de Rua de Santa Catarina. “Utilizo muito esses treinos longos por percursos diferentes ou ‘não tradicionais'”.
Para espantar o tédio, vale a pena percorrer, numa manhã de domingo, bem cedinho, locais como aqueles que fazem parte da história de sua cidade. “Aqui em Florianópolis usamos um 16K ‘Volta ao Morro’, que é o entorno de todo o centro da cidade. Uma tradicional linha de ônibus faz esse percurso. Outro exemplo são as ‘conquistas’ das grandes elevações de Floripa ‘Morro da Cruz’ e ‘Morro da Lagoa’. Enfim, os alunos levam isso como ‘insígnias’ que marcam positivamente seus treinos. Dessa forma, eles melhoram o comprometimento com os treinos e se eleva o grau de convencimento de estarem no caminho certo do planejamento”, completa Marmitt.
Pode-se até batizar a experiência de correr a esmo, proposta que difere um pouco da apresentada por Marmitt, de “peripatética”. A escola peripatética era um círculo filosófico ambulante na Grécia antiga. Peripatéticos (ou os que passeiam) eram discípulos de Aristóteles, que tinham o hábito de filosofar enquanto se deslocavam. Acreditavam que a troca de cenários era benéfica para a oxigenação de ideias. O conceito, erigido em 336 a.C., merece ser testado no século 21. Ou não? Afinal, faz sentido que a mudança de paisagem contribua para um desencadear de ideias diferentes.
Um certo conhecimento da cidade, necessário para evitar áreas perigosas, é recomendável. Importante também colocar no bolso do calção algum dinheiro para pegar um ônibus ou táxi para o regresso. Não se pode descartar o risco de uma torção de tornozelo ou de uma “quebra” que dê um fim antecipado a esse prazer de correr extrapolando um percurso preestabelecido. Alguns poucos reais podem solver a questão.

Veja 7 dicas para melhorar sua resistência

Aumentar a resistência na corrida de rua é um objetivo comum a atletas de diferentes níveis. Do iniciante ao corredor que busca melhorar sua performance, sentir que o corpo está cada vez mais preparado ajuda a manter a motivação e a tornar a rotina da corrida mais saudável. O professor de educação física Balbino Santos, da Balbino Performance Consultoria Esportiva, dá 7 dicas para melhorar a resistência.

1) Respiração abdominal
Durante a prática da corrida, o corpo costuma mostrar sinais, geralmente representados por dores e desconfortos na região abdominal. Isso indica que a respiração não está sendo eficaz. Ao expirar, os músculos abdominais contraem-se e fornecem maior sustentação do corpo para realizar o movimento. Porém, quando se respira de maneira inadequada, ocorre uma espécie de cãibra no diafragma, causando essas sensações doloridas. Daí a necessidade do treinamento prévio para fortalecimento abdominal do corredor.
2) Correr regularmente
Do ponto de vista fisiológico, os treinos de rodagens longas, ou de manutenção aeróbica, aprimoram a capacidade de absorção do oxigênio pelos músculos, elevando o VO2 máximo (capacidade para captação de oxigênio por minuto) a um novo patamar. Isso permite ao corredor exercitar-se com uma intensidade de esforço mais elevada, durante um tempo maior. Assim o corredor será mais resistente, mas gastando menos energia.
Correndo regularmente, o seu sistema cardiovascular terá maior capacidade no transporte de oxigênio para os músculos. Dessa forma, o seu coração e sua circulação sanguínea estarão submetidos a um esforço menor durante a corrida. Isso pode ser percebido com a redução progressiva da frequência cardíaca, aumentando de forma natural a sua resistência, refletindo em melhora no desempenho esportivo e também nas atividades do dia a dia.
3) Ingestão de carboidratos complexos
Esse tipo de carboidrato tem sua estrutura molecular mais complexa (polissacarídeos), liberando energia aos poucos. Após sua ingestão, há um prolongado e leve aumento nos níveis de glicose na corrente sanguínea. Seja em longos ou em provas, sabe-se que é importante a hidratação correta e a ingestão de carboidratos, substâncias fundamentais para o funcionamento do corpo, principalmente quando se fala em desempenho.
É por conta dessa necessidade que existe o gel de carboidrato, energético disponível em sachê ou pó, recomendado pela praticidade e eficiência durante o esporte que, além de tudo, proporciona recuperação adequada dos músculos.
4) Menos álcool
Talvez um dos maiores desafios aos corredores iniciantes seja cortar o álcool no período de 24 horas que antecede o treino. Mas é necessário tentar, porque as bebidas alcoólicas interferem no sistema metabólico e fisiológico, principalmente interferindo na perda de líquido e na redução dos estoques de carboidratos no organismo, que são essenciais para a elevação da nossa resistência física e fundamentais para o rendimento.
5) Intervalados
O método de treinamento indicado para melhorar a potência aeróbia de corredores em todos os níveis são os treinos fracionados ou intervalados. Nessas formas de trabalho, o corredor deverá percorrer frações do percurso competitivo em um ritmo mais intenso do que aquele que será desenvolvido durante a competição. Os intervalados capacitam o corredor a atingir um condicionamento ideal para a distância competitiva.
Além disso, trazem ao corredor a necessária confiança para enfrentar as dificuldades do percurso, pois ampliam o seu potencial energético e resistência muscular ao exercício físico intenso e de longa duração. Entretanto, os treinos fracionados são de caráter específico e devem ser realizados após uma ótima preparação de base, pois é necessário resistência para se correr com velocidade.
6) Descanso pós-treino
Nosso organismo tem limites que podem ser ampliados pela resposta que ele dá, antes ou após os treinamentos. Muitas vezes a resposta pode chegar meses depois do esforço despendido. Cada atleta é um universo e este universo deve ser respeitado individualmente. O atleta não pode ser comparado a outro. O descanso, além de proporcionar momentos de boa recuperação, faz com que os músculos do corredor se recuperem adequadamente e a cabeça também. Isso influenciará nos treinos futuros, pois o atleta, após o descanso, inicia o próximo treino mais disposto. Assim, o treino rende mais.
7) Alongamento
Relaxar o corpo, ter uma postura correta, melhorar a circulação sanguínea e acabar com dores musculares e até cólicas menstruais. Esses são alguns dos benefícios que, segundo os especialistas, podem ser alcançados com a prática de alongamento, que é composto por uma série de exercícios de movimento estático. Essa prática trabalha a musculatura e a postura corporal na parte cervical, coluna, membros e regiões pélvica, torácica e lombar.
A musculatura se contrai nas atividades que fazemos diariamente ou pela postura incorreta. O alongamento vai justamente relaxar o estresse muscular, causado por um trabalho repetitivo. O corpo, após as diversas atividades do dia, tem a necessidade de passar por uma sessão de relaxamento, o que vai proporcionar o equilíbrio do corpo e da mente.

Dicas para treinamento em dias frios

Com a chegada do frio, alguns cuidados devem ser tomados na hora de praticar exercícios e se manter saudável para continuar com os treinamentos, evitando uma gripe inesperada ou até mesmo o risco de alguma lesão. Por conta disso, elaboramos algumas dicas para que o clima não seja um inimigo e você continue treinando.
O aquecimento, parte fundamental do treinamento, prepara seu corpo para a atividade física e traz diversos benefícios. Entre eles estão o aumento da frequência cardíaca e temperatura corporal, favorecendo algumas reações enzimáticas que acontecem enquanto estamos nos exercitando. Além disso, quando estamos aquecidos, a contração muscular é facilitada e as articulações ficam preparadas para corridas em maior intensidade.
Nos dias frios, o aquecimento merece uma atenção especial. Antes de começar a correr, faça um aquecimento articular, com alongamentos dinâmicos em baixa intensidade e alongamentos estáticos não muito vigorosos, seguidos de uma corrida leve ou caminhada leve, dependendo do nível de treinamento do corredor. Preste bastante atenção à sua hidratação antes, durante e após o treinamento, já que costumamos ingerir menos água nos dias frios.
O vestuário do corredor também tem papel importante: comece sempre o treinamento bem agasalhado e vá diminuindo as camadas de roupa conforme o corpo gera calor. Proteja bem as extremidades, como mãos, orelhas e testa, que teimam em ficar gelados devido ao vento frio. Lembre-se sempre de levar uma muda extra de roupa para trocar logo que o treino acabar, assim você mantém a temperatura corporal e evita os riscos que a roupa molhada em contato com o seu corpo podem trazer à sua saúde.
Ao término do treinamento, opte pelos alongamentos em baixa intensidade, que induzirão relaxamento em sua musculatura e trarão uma boa sensação de bem estar.
Bons treinos!

Mario Sergio

Run&Fun

7 Coisas que Acontecem Quando Você Começa a Fazer Prancha Todos os Dias

Exercícios de peso corporal, estão ganhando terreno no mundo fitness, tudo pela praticidade e simplicidade de entrar em forma sem usar nenhuma aparelhagem, apenas seu próprio peso. Prancha, é uma forma de exercício de peso corporal, muito eficaz em sua proposta. Por quê? Porque esse exercício, exige um pequeno investimento de tempo, e oferece a oportunidade de conseguir resultados substanciais em um período relativamente curto de tempo.
Músculos abdominais fornecem suporte para nossa coluna vertebral, e também desempenham um papel vital na prevenção de lesões.
No entanto, para executar esta função com sucesso, os nossos músculos do abdômen, braços, ombros e pernas, tem que estarem saudáveis. O que tudo isto significa, é que fazer exercícios de prancha todos os dias é uma ótima maneira de reforçar a sua musculatura, e trabalhar sua coluna vertebral.
Agora, vamos nos concentrar no que vai acontecer quando você começar a fazer prancha todos os dias:

1. Você irá melhorar sua musculatura e seu desempenho

Prancha é o exercício ideal para trabalhar a musculatura abdominal, pois a atividade envolve todos os principais grupos musculares, incluindo o transverso abdominal, o reto abdominal, músculo oblíquo externo e os glúteos. Ao fortalecer esses grupos musculares, você irá notar:
  • Transverso abdominal: Aumento da capacidade de levantar pesos.
  • Reto abdominal: Melhora no desempenho esportivo. Este grupo muscular também é responsável por dar-lhe o famoso “six pack” (abdômen definido).
  • Músculos oblíquos: Melhora na capacidade de flexão lateral.
  • Glúteos: Melhora o suporte para as costas, e ajuda a definir o bumbum

2. Você irá diminuir o risco de lesões nas costas e coluna vertebral

Fazer prancha, é um tipo de exercício que lhe permite construir músculos, e ao mesmo tempo, não permite que você coloque muita pressão sobre a coluna ou quadril.
De acordo com a American Council on Exercise, fazer prancha regularmente não só reduz significativamente a dor nas costas, mas também fortalece os músculos e garante um forte apoio para ela, especialmente nas áreas da parte superior das costas.

3. Impulsiona o seu metabolismo

Prancha é uma ótima maneira de desafiar o seu corpo inteiro, pois fazê-la todos os dias irá queimar mais calorias do que outros exercícios abdominais tradicionais.
Os músculos que você fortalece fazendo esse exercício diariamente, irão garantir que você queime mais energia, até mesmo você que é sedentário. Além disso, reservar um tempo de 10 segundos a 1 minuto para realizar esse exercício diariamente, antes ou depois do trabalho, não só irá proporcionar uma melhora no seu metabolismo, mas também irá garantir que essa taxa metabólica permaneça elevada durante todo o dia, até mesmo quando você estiver dormindo.

4. Irá melhorar significativamente sua postura

Fazer prancha melhora significativamente a sua capacidade de ficar com postura reta e estável. Através do fortalecimento dos grupos musculares já citados acima, você será capaz de manter a postura correta em todos os momentos, pois os músculos do abdômen tem um efeito profundo sobre a condição geral do seu pescoço, ombros, peito e costas.

5. Você irá melhorar seu equilíbrio

Alguma vez você já tentou se equilibrar com uma perna só e não deu muito certo? A musculatura abdominal pode ter grande relação com isso. Quando seus músculos abdominais não são fortes o suficiente, eles não provém a força necessária para lhe dar equilíbrio. E fazendo prancha lateral(imagem abaixo), é uma ótima maneira de conseguir melhorar nisso.

6. Flexibilidade

A flexibilidade é um dos principais benefícios de fazer prancha regularmente. Neste exercício, os grupos musculares posteriores, expandem-se e estendem-se (ombros, omoplatas, e clavícula). Com uma prancha lateral adicionada à mistura, você também pode trabalhar seus músculos oblíquos. Isto irá fornecer-lhe mais benefícios quando trata-se de hiper-estender os dedos dos pés, um movimento que é crucial para suportar o peso do seu corpo.

7. Você irá testemunhar benefícios mentais

Exercícios de prancha tem um efeito em nossos nervos, tornando-os um excelente meio de melhorar o humor geral. Como? Bem, ele estica grupos musculares que contribuem para o estresse e a tensão no corpo. Basta pensar nisso: você está sentado em sua cadeira, em casa ou no trabalho, durante todo o dia, os músculos das coxas ficam apertados, as pernas ficam pesadas devido a posição durante várias horas; a tensão desenvolve-se em seus ombros. Estas são algumas das circunstâncias que colocam muito estresse sobre os músculos e nervos.
A boa notícia, é que prancha não apenas acalma o seu cérebro, mas também pode tratar a ansiedade e os sintomas de depressão. Mas só se você torná-lo parte da sua rotina diária.
Agora, a última coisa que resta a fazer é dar-lhe um exercício de prancha que você pode fazer para conseguir grandes resultados em apenas 5-10 minutos por dia. Veja na foto abaixo!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Correr na Ilha de Páscoa pode mudar uma vida

Se existe um lugar rodeado por mistério neste mundo, este lugar é a Ilha de Páscoa. Esta pequena ilha no meio do Oceano Pacífico está localizada a 3.500 km a oeste de Santiago do Chile, sendo em todo o planeta o ponto mais distante de um continente. Durante séculos, seus habitantes viveram completamente ilhados do resto da humanidade, formando uma cultura com aspectos únicos. Hoje, cerca de 900 moais, gigantescas estátuas tradicionais construídas em pedra maciça distribuídas por toda a ilha, são seu vestígio mais chamativo.
Por não contar com uma tradição escrita, muitos dos segredos de seus ancestrais foram se perdendo e, por isso, não há explicação para muitas coisas. Sobre os moais, a versão mais difundida diz que eram construídos para abrigar os espíritos dos antepassados. Lá de cima podiam ver tudo e proteger a população de qualquer mal. Por este motivo, todos os moais olham para dentro da ilha nem direção de onde estão os habitantes, e não em direção ao mar.
Sempre dizemos que todas as corridas são diferentes, e é verdade. Mas correr neste cenário é definitivamente algo único. “Esta é uma prova 1.000% mística do começo ao fim”, antecipava Rodrigo Salas, organizador da maratona. “Ninguém que tenha corrido aqui volta igual para casa. Os atletas que passam por esta corrida voltam mudados, com outra energia, com uma atitude positiva perante a vida”, completa.
De minha parte, nunca fui uma pessoa religiosa neste sentido, e por isso escutei suas palavras com certo ceticismo e me preparei para a primeira das três provas que acontecem ao longo do mesmo fim de semana. São três provas independentes entre si, ou seja, cada atleta pode optar por correr somente uma delas, ou combiná-las como quiser. Quem decidir realizar as três jornadas, participa do chamado “Troféu Rapa Nui”, que entra em um ranking de pontos da premiação especial.
Na primeira sexta-feira do mês de junho é disputado o triathlon de acordo com as distâncias opcionais: um sprint (750 metros de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida) e um meio Ironman (1,.9 km, 90 km ey 21 km). As duas provas são disputadas simultaneamente com largada e chegada na praia de Anakena, um lugar carregado de muito misticismo (como toda a ilha), uma vez que se acredita que foi neste lugar que desembarcaram os primeiros habitantes. Além disso, o lugar é verdadeiramente paradisíaco: águas totalmente cristalinas e areias brancas em uma pequena baía rodeada de palmeiras digna de cenário de Hollywood em filmes de náufragos. E atrás, um altar com sete moais vigiam e protegem o lugar. Nada pode dar errado.
A segunda jornada, no sábado, consiste em uma competição de mountain bike. Também há duas distâncias para optar: 35 km e 70 km. A prova mais longa é um tour autêntico, pois os bikers passam por toda a ilha fazendo um giro completo, dando a volta na orla e conhecendo os pontos panorâmicos mais espetaculares, como o altar dos 15 moais e o vulcão Rano Raraku, também conhecido como a pedreira onde se fabricavam os moais. Nas duas distâncias, a dificuldade técnica do circuito é baixa, e inclusive uma boa porcentagem do caminho é sobre a estrada de asfalto. Em alguns caminhos, é necessária muita paciência, porque quando tem que subir, é muita subida.
Para a jornada final, o desafio é a maratona, com um evento principal de 42 km, ao qual se somam uma meia-maratona e uma prova de 10 km. Embora seja a corrida com mais participação da trilogia, está longe de ser uma competição de massa, juntando uns 300 atletas entre as três distâncias. E assim prefere Salas, o criador da corrida. “Quem vem aqui procurando marcar seu melhor tempo, ou uma corrida como o resto das maratonas do mundo, está completamente enganado. Aqui não se corre rápido, seja pelo relevo, pelo vento, ou pela chuva. Esta é uma corrida para desfrutar, para sentir, para vivê-la. As pessoas que entenderam desta forma voltaram felizes e mudadas para suas casas”, garante ele.
Depois de percorrer a maior distância, e já passados dois dias de competições, confesso que meu ceticismo foi perdendo força neste lugar. Ou melhor dizendo, foi perdendo bastante de sua força. Passando pelo km 10, os corredores da meia-maratona voltam e nós maratonistas começamos a empreender uma espécie de longa peregrinação pela estrada reta (a única) que atravessa a ilha de ponta a ponta, unindo o povoado de Hanga Roa com a Praia dos Ancestrais, Anakena. Estes quilômetros passam na solidão dentro da solidão, uma pessoa é um pequeno ponto dentro de uma ilha, que porem sua vez é um pequeno ponto dentro do oceano. E, acreditem em mim, isto se sente por dentro. E não é qualquer estrada, é a estrada onde tudo começou, é voltar ao passado, às origens, no mais profundo dos silêncios.
Sozinho, correndo por uma estrada que termina no mar. Ali há muito tempo para pensar em muitas coisas, sendo quase inevitável fazer isso. E se sobrou alguma coisa para pensar, uma vez que chegue ao ponto de retomada, ainda restam 21 km de volta para seguir pensando.
Você já voltou ao seu passado, se conectou-se com ele, e está de volta ao seu presente, planejando seu futuro, planejando sobre quem quer ser. Isso é correr na Ilha de Páscoa, e acredito que seja o mais parecido a uma religião, que nos conecta com nossa essência, com o que realmente somos. “Há muitas pessoas que fazem esta corrida como uma forma de retiro. Mas não como um retiro de sofrimento, mas como um de alegria, de encontro com você mesmo correndo”, disse Salas. E agora, depois de ter passado por esta experiência, acredito nisso.
Quanto custa correr na Ilha de Páscoa?
Se agendados com tempo, os processos de compra de passagem para ida e volta a partir de Santiago para a Ilha de Páscoa podem ser feitos por uma média de US$ 350. A, a este valor deve-se somar o custo de viagem para a capital chilena, que varia de acordo com a cidade onde você se encontre, mas não costuma ser muito alto. As inscrições para a corrida não são baratas, mas valem a pena pelo o que esta experiência significa esta experiência. Participar de somente um dos três eventos custa US$ 400, mas se a inscrição é para as três provas, o valor final para todo o pacote é de US$ 700. Outro dado interessante é que não é necessário transportar a bicicleta, já que na ilha há várias opções para alugar mountain bikes. Seus valores vão desde US$ 12 ais US$ 18 por dia, dependendo dos modelos, contando que todas as bicicletas estão aptas para competir.
Prova: Papa Nui Marathon
Data: 05/06/2015
Nº de corredores: 300
País: Chile
Clima: 22°Cº Graus

sábado, 20 de agosto de 2016

Antes de correr: gel caseiro de chia

Você treina muito cedo e tem dificuldades para encontrar algo nutritivo – e que não pese no estômago – para comer ou beber antes de correr? Em jejum não dá, afinal, depois de um longo período sem ingerir nada, o corpo precisa de nutrientes e de energia para gastar na corrida. Para te ajudar a treinar bem alimentado, selecionamos uma receita rápida para você não perder tempo de manhã. A dica é da nutricionista esportiva Maria Vitória Falcão.
Receita
À noite, adicione uma colher de chá de chia a 100 ml de suco de uva integral e deixe na geladeira até a manhã seguinte. Ao entrar em contato com o líquido, a chia libera um gel (chamado de mucilagem), responsável por grande parte da quantidade de fibras presente no alimento. Ao acordar, basta beber essa mistura antes de correr.
Opções: Se preferir uma textura de geleia, basta adicionar menos suco de uva. E atenção com exageros: a chia é fonte de gorduras e em excesso pode causar incômodos gastrointestinais.
Benefícios do gel caseiro
Por ser rica em proteínas e ácidos graxos, a chia normalmente é indicada para consumo pós-treino. Mas quando acompanhada por algum carboidrato simples, como é o caso do suco de uva, hidrata e dá energia antes de correr. “Conseguimos ter uma boa quantidade de carboidratos em conjunto com essa gordura, o que aumenta a velocidade de absorção e liberação do açúcar na corrente sanguínea”, explica a nutricionista. Assim, há uma redução da elevação da glicemia, o que evita picos de insulina e perda no rendimento durante o treino.
(Fonte: Maria Vitoria Curban Falcão, nutricionista Clínica e Esportiva)

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

NEUROCIENTISTAS EXPLICAM COMO CORRER MUDA NOSSO CÉREBRO E AFETA O NOSSO PENSAMENTO

“Correr é um caminho para a autoconsciência e confiança – você pode empurrar-se a extremos e aprender a dura realidade de suas limitações físicas e mentais ou caminhar em silêncio por um caminho solitário assistindo a terra sob seus pés.” – Doris Brown Heritage.
Você está familiarizado com esse sentimento? Você tem uma visão sobre seu eu emocional e físico enquanto corre? Gostou da sensação do vento contra seu rosto e a liberdade de estar ao ar livre sozinho com seus pensamentos? Você pode sentir que após uma boa corrida sua mente está clara e pronta para absorver informações. Você também pode achar que a sua perspectiva é mais positiva depois de uma corrida, e que as coisas que te incomodavam você já não parecem tão ruins. Bem, seus sentimentos têm uma base científica. Uma pesquisa realizada no campo da neurociência mostra os efeitos do exercício aeróbico na clareza cognitiva e bem-estar emocional.

Novos neurônios seriam criados

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Costumava ser aceito que nós nascemos com uma certa quantidade de neurônios, e que no momento em que nos tornamos adultos os neurônios deixariam de ser criados. Isto, no entanto, foi provado como errado. Através de pesquisa em animais, foi descoberto que novos neurônios são continuamente produzidos no cérebro ao longo de toda a vida. Karen Postal, presidente da Academia Americana de Neuropsicologia Clínica diz que a única atividade mostrado para desencadear o nascimento destes novos neurônios é o exercício aeróbico vigoroso. “Se você está se exercitando e sua – cerca de 30 a 40 minutos – novas células cerebrais estão nascendo”, diz Postal. Então, suar na esteira ou a céu aberto está fazendo muito bem a seu cérebro e ajudando-o a permanecer mentalmente saudável pelos próximos anos.

Pessoas que correm podem se recuperar de emoções negativas mais rapidamente

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Em um estudo realizado por Emily Bernstein e Richard McNally, verificou-se que o exercício aeróbico pode ajudar a reduzir as emoções negativas. Bernstein é uma corredora e disse “eu noto que me sinto melhor quando estou ativa”. Ela queria descobrir o motivo e saber exatamente o efeito que o exercício tem sobre nós. O estudo se propôs a analisar a forma como o exercício altera o modo como as pessoas reagem às suas emoções. Os participantes foram orientados a se esticar ou correr durante 30 minutos e depois assistiram à cena final do filme de 1979, O Campeão. Os participantes, em seguida, relataram suas respostas emocionais. Verificou-se que aqueles que tinham corrido por 30 minutos se recuperaram mais rapidamente de sua experiência emocional triste do que aqueles que tinha apenas se esticado.

Memória de trabalho seria reforçada

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Um estudo recente intitulado: “Acute Aerobic Exercise Increases Cortical Activity during Working Memory: A Functional MRI Study in Female College Students” (Exercício Aeróbio Forte Aumenta Atividade Cortical durante Memória de Trabalho: Um estudo de ressonância magnética funcional em universitárias) mostra o efeito do exercício aeróbio sobre a função cognitiva. O estudo analisou o efeito de uma sessão de exercício aeróbio sobre a memória de trabalho. Quinze mulheres jovens participaram do estudo. Elas foram examinadas, após uma sessão de exercício agudo, usando um MRI (ressonância magnética), enquanto realizavam uma tarefa de memória de trabalho. Verificou-se que o córtex e o hemisfério frontal esquerdo mostraram sinais de melhoria nos processos de controle. A partir dessas constatações, os pesquisadores notaram que isso indica que: “exercício agudo poderia beneficiar a memória de trabalho em um nível macro-neural.” Assim, o estudo mostra uma ligação entre exercícios aeróbicos e melhoria na memória.

Conclusão

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Da próxima vez em que estiver em uma corrida, saiba que está fazendo-se um enorme bem. Você não está apenas ajudando o seu cérebro em um nível neurológico, também está trabalhando para melhorar a sua saúde emocional. Suas habilidades cognitivas, como a memória, serão melhoradas, e sua visão da vida provavelmente será mais positiva. Se você ainda não corre, pode querer tirar os tênis do armário e dar-lhes uma chance.

Síndrome do impacto femoroacetabular

Choques da cabeça do fêmur contra o encaixe no osso do quadril provocam desgaste na articulação e causam dores.
Causa
  • Predisposição anatômica do conjunto do quadril
  • Alteração mecânica da articulação nos movimentos
  • Choque anormal entre o fêmur e a reborda acetabular
  • Lesões do labrum, da cartilagem ou de ambos
  • Falta de diagnóstico adequado, o que pode fazer a síndrome evoluir para artrose em longo prazo
Sintomas
  • Dor na coxa irradiada para dentro da perna ou joelho
  • Travamento da musculatura ao sentar, levantar, entrar e sair de carros e utilizar escadas
  • Redução da flexão ao caminhar, calçar sapatos etc.
  • Dores esporádicas ou contínuas, em queimação ou fisgadas, ou residuais após sobrecargas
  • Tratamento
    • Medicação, infiltração, fisio e termoterapia, imobilização, pilates, reabilitação e reeducação postural
    • Restrição contra impactos e desgaste da cartilagem, mas com manutenção de atividade e condicionamento
    • Cirurgias para correção de deformidade óssea e lesão anatômica do labrum ou cartilagem
    • Artroscopia para lesão labral ou da cartilagem, com implantação de prótese nos casos mais avançados
    Prevenção
    • Orientação sobre treinos, nutrição e escolha do tênis
    • Passar por avaliação médica e respeitar o repouso
    • Trabalhar grupos musculares com musculação, alongamento, equilíbrio e postura
    • Evitar sobrecarga de pesos e exercícios de impacto, flexão e abertura do quadril
    • Adaptar-se ao treino antes de elevar a carga
    Retorno às corridas
    • Após fortalecimento muscular nas coxas e no quadril
    • Com o retorno total da amplitude nos movimentos
    • Na ausência total de dores
    • Após a restauração das funções do quadril em sustentar peso e os movimentos do corpo



    Encaixe imperfeito entre a cabeça do fêmur e os ossos do quadril prejudica a articulação”

    O  quadril  é capaz de sustentar até dez vezes todo o peso do nosso corpo e apresenta grande amplitude de movimento multidirecional. Portanto, não passa de mito a afirmação de que a corrida trabalha contra a sua função.
    Qualquer anomalia nessa estrutura, porém, compromete todo o conjunto, prejudicando a articulação. As lesões podem ser congênitas (ou seja, a pessoa porta ao nascer) ou adquiridas (por repetição, traumas ou desgaste acelerado) e se caracterizam por um encaixe imperfeito dos ossos, que provoca atrito entre eles e causa danos irreversíveis à articulação. Em longo prazo, a degeneração evolui para artrose do quadril.
    O diagnóstico é relativamente recente e recebeu o nome de Síndrome de Impacto Femoroacetabular, com incidência em 10% da população e 70% em esportistas. Também é responsável por 50% a 80% de todos os casos de artrose de quadril.
    Risco calculadoA síndrome do impacto femoroacetabular pode exigir intervenção cirúrgica, ainda que apenas em casos extremos. Os sintomas da síndrome começam com dores fracas, esporádicas ou contínuas e pioram com a atividade física. O diagnóstico exige um exame clínico acurado, seguido de radiografias, de ressonância nuclear magnética e até de artrorressonância magnética (contraste).
    Esse tipo de síndrome é degenerativa progressiva, daí a importância de diagnóstico e tratamento precoces, sob risco de degeneração definitiva das articulações (artrose), mesmo em atletas mais jovens. As cirurgias da síndrome do impacto femoroacetabular podem ser por corte ou artroscopia do quadril (procedimento minimamente invasivo, com duas pequenas incisões para a passagem de cânulas com câmera e instrumentos).
    Como éNa síndrome do impacto femoroacetabular a borda do osso da bacia e a cabeça do fêmur não se encaixam perfeitamente, provocando atrito entre os ossos, com prejuízos para a cartilagem, que se destaca de modo irreversível. Como uma coisa leva à outra, ocorre também lesão no labrum acetabular, que pode progredir para artrose. Esse problema biomecânico acontece nos extremos da amplitude de movimento (dobrado ou rodado para dentro) ou em explosões de força e é incapacitante, tanto em esportistas jovens como nos experientes (o risco é quatro vezes maior depois de 20 anos de treinamento).

Treino para melhorar a performance

O treinamento de um corredor envolve muito mais do que horas e horas de corrida no asfalto. É preciso inserir na rotina de treinos a musculação, para prevenir lesões e ganhar mais força, e também exercícios funcionais, que melhoram o condicionamento cardiorrespiratório e ajudam a melhorar a performance.
Por meio do treinamento funcional, o atleta trabalha velocidade, flexibilidade, coordenação motora, equilíbrio, resistência e, também, tempo de reação muscular. Com isso, consegue-se aprimorar a postura do corredor durante as passadas, refinar a execução do movimento e, consequentemente, elevar seu desempenho individual.
No vídeo abaixo, você confere uma série de exercícios que fazem parte do treinamento da ultramaratonista de montanha Lígia Almeida. A atleta já completou, entre muitas outras provas, a 120k Patagônia, na qual foi a primeira brasileira a chegar em 4º lugar entre a elite feminina.
Desenvolvido pelo estúdio Ready4, o treino traz três sugestões de exercícios:
Escalador: fortalece e tonifica o core, pernas e braços, além de melhorar o equilíbrio, a coordenação e o sistema cardiovascular.
Agachamento 180º: trabalha a rotação e a pliometria, coordenação motora, potência e estabilização. Um exercício bem completo e muito bom também para o sistema cardiovascular.
Salto no bosu: explora mais a estabilidade do atleta e é muito recomendado, portanto, para os corredores de montanha. É um movimento explosivo e dinâmico que desenvolve a estabilização de tornozelo e joelho, além de trabalhar bastante os glúteos.
https://www.ativo.com/corrida-de-rua/treinamento-de-corrida/exercicios-para-melhorar-a-performance-na-corrida/

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Corrida para mulheres em cada fase da vida

O cuidado com o corpo por meio da prática de esportes pode ser de grande auxílio para a conquista de uma vida mais saudável – independente de qual seja a fase pela qual a mulher passa. Pensando nisso, destacamos a seguir os principais benefícios da corrida para mulheres de diferentes idades, mostrando como a prática do esporte trará conquistas sólidas e duradouras para a corredora. Confira!
Adolescência 
Do ponto de vista médico, praticar exercícios físicos na adolescência garante uma vida mais saudável e com menos riscos de doenças nas fases seguintes. “O hábito pela prática de exercícios físicos deve começar até antes disso, com as atividades curriculares do programa de Educação Física escolares, por garantir a prevenção de doenças futuras”, explica Marcelo Aragão. É neste momento que começam as transformações do corpo feminino e hormônios como estrogênio e progesterona passam a ter influência sobre a composição corporal – e, também, sobre o estado emocional. Por aumentar a produção de serotonina, a corrida serve como um remédico natural no combate à mudanças de humor e tensão, típicos desta fase. “A prática da corrida aumenta a produção de serotonina no corpo, reduzindo a intensidade da tensão pré-menstrual”, esclarece Marcelo Aragão.
Fase adulta
Ao desenvolver melhor condicionamento por meio dos treinos de corrida, a mulher desta fase (que se depara com inúmeras tarefas e obrigações) passa a ganhar um aliado no dia-a-dia. A conquista de um corpo mais forte gera maior disposição para as tarefas, “Existe uma melhoria do condicionamento aeróbio que da mais animo para a mulher nesta fase”, explica Norton Freitas. A corrida pode, ainda, ajudar na prevenção de algumas doenças mais comuns nesta fase, como osteoporose, doenças cardiovasculares e diabetes. “Na fase adulta, o esporte atua no controle dos fatores de risco para doença cardiovascular, atenuação do stress emocional, fortalecimento dos ossos, redução da gordura corporal e controle do peso”, conta, Marcelo Aragão.
Terceira idade
“Atividades de impacto – principalmente a corrida – está diretamente ligada à prevenção da osteoporose,”, explica Marcelo Aragão. Além de estar ligada à prevenção da osteoporose, a corrida também é uma aliada no tratamento da doença. A manutenção dos exercícios físicos nesta idade pode ser de grande auxílio, ainda, na melhora da autoestima e no combate à ansiedade e depressão. “Contribuindo no controle da labilidade emocional, pelo aumento da produção de serotonina, podendo ajudar no tratamento da depressão”, explica Marcelo Aragão. Por fim, a prática do esporte durante a menopausa estimula a produção de hormônios que auxiliam na recuperação muscular, ajudando na manutenção de massa magra e óssea. Importante, porém, que a mulher nesta fase, sobretudo se nunca praticou atividades físicas, tenha aval médico e acompanhamento para iniciar as atividades.
(Fonte: Treinador Norton Martins de Freitas; Dr Marcelo Aragão, Médico do Esporte e Fisiologista do Exercício)

Você sabe se alongar?

Sabe aquele movimento que você viu alguém fazendo e resolveu imitar porque te disseram que era bom para alongar um determinado músculo? Pois bem, você pode estar alongando um nervo, piorando ainda mais a situação do músculo que julgou estar “encurtado”.
O músculo é um tecido fibroso capaz de aumentar e reduzir o deslocamento entre suas fibras, que deslizam umas sobre as outras, como uma porta sanfonada que corre sobre seu trilho (mas que tem um motor acoplado para fazer isso sem precisar de nenhum empurrão).
Quando esta porta se abre totalmente, fica mais espessa e densa e quando está totalmente fechada, fica mais comprida e fina, da mesma forma que um músculo contraído e relaxado, respectivamente. Quando esta porta fica emperrada, ou seja, quando um músculo não relaxa, alguns dizem que ele está “encurtado” e precisa ser alongado para se soltar, enquanto outros (como eu) preferem apenas dizer que ele está contraído e precisa ser relaxado.
Já o nervo é um outro tecido, que não possui esta capacidade de contrair e relaxar, muito menos de alongar. É como um fio de energia, que liga nosso cérebro e nossa medula com praticamente tudo no nosso corpo, como órgãos, vísceras, olhos, boca, pele, tendões e músculos. Ou seja, eles são as vias de comando do nosso corpo. Por exemplo, quando queremos contrair o músculo da coxa, nosso cérebro envia um sinal que, através dos nervos, chega na coxa e gera uma contração no músculo desejado. Além de ser uma via de controle, também tem a função da sensibilidade. Graças aos nervos, sabemos diferenciar o calor do frio, salgado do doce, duro do mole, tenso e relaxado, deitado ou sentado etc.
 Agora que sabemos a (grande) diferença entre eles, vamos ao que interessa: como saber qual deles estamos alongando? Para isso, vamos dar mais algumas informações. O nervo é bem mais fino que o músculo, portanto, quando um nervo é tensionado (afinal, ele não se alonga), a pessoa sente um fio com trajeto bem definido sendo esticado, geralmente parecido com uma queimação fina nesse trajeto, afinal, estamos realizando uma tração na estrutura mais sensível do corpo!
É bem mais incômodo quando comparamos com o alongamento muscular, que é mais largo e bem menos dolorido. Neste momento, tenho certeza que alguns já lembraram daquele “alongamento” para o músculo posterior da coxa, colocando a perna em cima de algum apoio alto, esticando os joelhos, inclinando o corpo para frente e puxando a ponta do pé para trás. Ele é um típico exercício para gerar tensão em todo o trajeto do seu nervo ciático!  
Para esticar seu músculo posterior da coxa, apoie toda sola do seu pé em cima de um degrau alto com o joelho dobrado, incline seu corpo para frente, mas mantendo o abdômen esticado (ou seja, rodando a pelve para frente, levando o púbis em direção ao chão) e vá aos poucos esticando o joelho, levando o quadril para trás, até sentir o músculo atrás da coxa tensionado (a maioria vai notar que não conseguem esticar todo o joelho!).
Tentar alongar um nervo pode ser lesivo, pois o aumento da tensão nesta estrutura pode alterar sua sensibilidade e sua tolerância a estímulos, comprometendo sua função e podendo gerar sintomas como dor local, dores irradiadas, alterações de tônus muscular (sensação de fraqueza e instabilidade), falta de confiança e consequente compensação de movimentos, entre diversos outros. Ou seja, possivelmente seriam alguns dos motivos pelos quais alguns estudos demonstram que o alongamento antes de atividades físicas pode aumentar o número de lesões.
Por conta de tudo isso, fique atento ao seu corpo. Se você começar a sentir qualquer coisa parecida com o descrito acima, procure por auxílio profissional. Evite sair imitando as pessoas sem antes entender as razões pelas quais elas fazem (e como fazem) determinados exercícios. Cuide-se bem para correr sempre! 

Marcel Sera

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